V-Ray na telinha: dando vida a ‘The Last of Us’
Aproveitando o V-Ray para resultados fotorrealistas
Um dos principais elementos que permitiu aos artistas da Digital Domain progredirem com o projeto de forma tão eficiente foi seu profundo conhecimento do V-Ray, o software de renderização com traçado de raios fotorrealista criado pela Chaos. O V-Ray tem sido a solução de renderização preferida da Digital Domain para quase todos os seus projetos criativos recentes. Sua versatilidade e capacidade de entregar resultados fotorrealistas impressionantes o tornaram uma escolha óbvia para o projeto. A integração do V-Ray ao pipeline da Digital Domain garantiu não apenas velocidade e eficiência, mas também qualidade visual incomparável.
“No final das contas, isso nos leva à linha de chegada muito mais rápido, em comparação com muitos outros padrões. Você obtém 80% de resultado direto da caixa e, a partir daí, refina um pouco”, diz Bob White, chefe de CG na Digital Domain. “Isso acontece com frequência com muitas outras renderizações — você precisa trabalhar bastante para chegar a esses 80%, o que consome muito mais tempo quando se tem um prazo apertado.”
Com o Maya como sua principal ferramenta de modelagem e texturização e o Houdini à disposição para efeitos visuais, a sinergia entre os componentes de software lançou as bases para o sucesso do projeto.
Central para a visão criativa do projeto era o conceito de beleza em meio à decadência, algo que é uma pedra angular temática do mundo de The Last of Us, tanto na série de TV quanto no videogame. A equipe meticulosamente criou ambientes que retratavam a implacável ultrapassagem da natureza sobre estruturas feitas pelo homem. Drain explica: “Isso deveria ter quase um tipo de beleza e transmitir que a natureza está dominando o homem. Uma das principais coisas que obtivemos foi essa ideia de que deveria ser bonito à sua maneira. Há decadência, mas nessa decadência, eles queriam beleza.”
Equilibrando criatividade e prazos apertados
Embora a visão criativa do programa tenha se inspirado em sua contraparte de videogame, não faltou material de referência para o potencial visual da série. A equipe estava ciente de que havia elementos que precisariam ser reformulados para a TV a fim de ajudar a manter a credibilidade da história e a imersão do público no mundo. “Muitos artistas estavam muito familiarizados com o jogo e queriam fazer o certo por ele”, diz Drain. “Mas a verdade é que isso é diferente, pois é um retrato fotorrealista, dramático e corajoso, ou uma interpretação, se preferir, do que o jogo traz.”
Krista McLean, supervisora do departamento de ambientes da Digital Domain, acrescenta: “Acho que algo interessante nisso é que, até certo ponto, você quase reduz o ritmo. O objetivo é pegar algo que você sabe que é realmente imersivo, em um mundo de jogo, e transformá-lo em algo que apresente o tipo de realismo necessário para episódios de televisão.”
Um ponto que a equipe precisava acertar ao honrar o material de origem era a representação do fungo Cordyceps. Esse elemento icônico da franquia foi criado em colaboração com outros fornecedores para garantir uma continuidade impecável entre cada iteração do fungo ao longo da série.
Inovando sob pressão
Embora a visão criativa do programa guiasse o caminho da equipe, surgiram desafios que exigiam soluções inovadoras. O cronograma apertado impôs obstáculos organizacionais, exigindo um equilíbrio entre criatividade e eficiência. “Neste caso específico, o volume não era particularmente alto, mas as expectativas em relação às tomadas eram altas”, diz Drain. “Então, a questão era como fazer com que parecesse um programa que levamos seis meses para produzir, quando, na verdade, só temos seis semanas?”
Esses desafios forçaram a equipe a ser criativa ao gerar o fluxo de trabalho para o projeto, levando à decisão de combinar técnicas tradicionais de composição 2D com métodos de renderização mais avançados para aprimorar o cenário digital. Esses são aprendizados que Drain está ansioso para levar para projetos futuros. “O processo nos permitiu ser ágeis o suficiente para mudar as anotações do diretor e do supervisor. Foi lindo e funcionou muito bem, e prometo a mim mesmo lembrar disso em projetos futuros que podem ser tão complicados.”
Um viaduto para lembrar: a sequência da ponte
Entre os muitos triunfos de The Last of Us, certas cenas se destacam como um testemunho da arte e da destreza técnica da Digital Domain. O viaduto de tirar o fôlego da ponte, simbolizando a transição da decadência urbana para a natureza selvagem, rapidamente se tornou uma cena de destaque da série. Ela também aparece no trailer principal da série, dando aos fãs uma primeira olhada no mundo da série. “O que eu gosto nessa cena é que ela é tão abrangente, e acho que ela cobre tudo o que nos foi pedido para fazer em uma única cena”, diz Drain. Essa convergência de disciplinas ajudou a dar vida à cena para o público.
Por meio do compromisso com a excelência e a inovação, a Digital Domain conseguiu dar vida ao mundo da série de TV The Last of Us, ajudando a cativar o público em todo o mundo. As filmagens da segunda temporada já estão em andamento.
